É um erro pensar nas universidades públicas apenas como cursos de graduação e pós-graduação. Elas atuam em diversas áreas sob três pilares fundamentais: ensino, pesquisa e extenção. É difícil quantificar o impacto das universidades públicas, mas podemos citar alguns exemplos.
Os Hospitais Universitários são centros de referência de média e alta complexidade para o SUS e em muitas regiões são os únicos hospitais disponíveis.
Além disso, 90% das pesquisas que ampliam a produtividade, a tecnologia e estimulam a economia são produzidas em universidades públicas. Jair Bolsonaro afirmou que “poucas universidades têm pesquisa, e, dessas poucas, a grande parte está na iniciativa privada, como a Mackenzie em São Paulo”. Preferimos acreditar que o Presidente estava mal-informado.
A cultura também é enormemente influenciada pelas universidades públicas. Todas elas mantêm diversos aparelhos culturais; sejam teatros, salas expositivas, clubes de cinema ou museus. Em muitas cidades, a população só tem acesso à cultura através da universidade. E todos estes espaços dependem exatamente destas verbas que serão contingenciadas. Isto sem citar os coletivos culturais formados espontaneamente nas universidades, os mais ativos em todo o país, que muitas vezes dependem das bolsas de apoio discente. As universidades também costumam ter editais e prêmios culturais que estimulam as produções locais e populares, que são a base da cultura nacional.
As universidades públicas costumam defender as culturas negras, indígenas, quilombolas, periféricas, minoritárias e populares. Mas apoiam também os circuitos tradicionais de arte e cultura, que aquecem a economia. São parte importante da valorização da cultura nacional plural e democrática.
Na imagem, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.